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#39 - O DIA DA MARMOTA SOLISTA

  • Foto do escritor: viniciuscagnotto
    viniciuscagnotto
  • 26 de ago.
  • 1 min de leitura
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A ilusão temporal, condutora do cárcere,

Estraçalha as cordas do violão desafinado

Em todo acorde desconexo.


Como um feitiço, o violão já não é mais,

E acorda um trompete enferrujado

Ensaiando trombone,

Tentando ganhar horas.


Caminha de lá a cá, ansiando piano

Melódico em brisa leve,

Enquanto performa zabumba firme,

demasiada arritmada.


Cuica grita em renascença

De uma vida que já se estava,

Preocupada em agradar ao outro

E a todos e a si e a ninguém,

Uma vez mais.


Mesmas cores escutam violino,

Agora rangendo os dentes encardidos

Numa tentação única mas igual,

Que existe agora e já passou.


Quando sino, não percebe que o som

Ambicioso e cativante é fruto de

Violência.


Não carece de regência, a cacofonia

Descompassada entre um assovio e

Uma batucada,

Sem alguma harmonia.


E ainda que timbres dissonantes revivam

Na mesma cela,

Agouro nenhum desfalece o ímpeto

Brilhante da conhecida orquestra.

Deixa Eu Pensar | #39 - O Dia Da Marmota Solista

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