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#38 - ETERNA ENGRENAGEM

  • Foto do escritor: viniciuscagnotto
    viniciuscagnotto
  • 18 de ago.
  • 1 min de leitura
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Acorda ao movimento circular

E prepara uma nova rotação.

Com tempo, considera estar a par,

Executa giros com atenção.

Mas um parafuso vive a calar

Aquela agridoce satisfação.

Demonstra que a máquina está crescendo.

Mais dentes precisa engatar correndo.


Se esforça conquistando novo feito.

Seu movimento agora é ambidestro.

Vai ganhando aos poucos algum respeito,

Mas dos bastidores surge um protesto.

O parafuso está insatisfeito

E do progresso faz um manifesto.

Cobra por uma contínua ascensão

Pois é em nome da evolução.


Acredita que há uma chegada,

Acredita em seu próprio crescimento.

Giros ágeis encurtam a jornada,

Alcançou outro desenvolvimento.

Preciso! Igual flecha bem armada,

E ainda assim, sofre mais um tormento.

“Calma! Ainda há muito o que se aprender”,

O parafuso tenta repreender.


Parafuso, o sábio parafuso,

Disserta sobre a grandiosa excelência.

Para que seja um membro sempre incluso,

Deve buscar a eterna eficiência.

Mas sob aquele discurso difuso,

Fica mais clara a maior evidência:

Fala como se não fosse um qualquer…

Ainda não deu um giro sequer.

Deixa Eu Pensar | #38 - Eterna Engrenagem

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