#30 - TENTATIVAS FULVAS NUM DIA GRISALHO

Escancara o vidro ainda embaçado,

"Sublime ou terror, quem então saberá?",

Apega ao amparo, oh privilégio,

Ao curvar de regaços,

Ao clamar de tremores,

Ao sombrar vida turva,

Multidão amarela em vida azul,

Miopia do verde amarronzado,

Saudades que pingam sem umidade.

Furfuriltiol inunda as narinas,

Fumegante, a fumaça não branca,

Vermelho, ao toque, oh privilégio,

Ao trombone do oco,

Ao espasmo do são,

Ao dar luz ao pungente,

Multidão na cheia da maré baixa,

Miopia espelhada no caco sujo,

Saudades que são alaranjadas.

Engendrada mole, a sauna cinza,

Equilibra esta paleta tonal,

Puro tegumento, oh privilégio,

À mudez da fuligem,

À neblina, em grão,

À camuflagem coral,

Multidão prisma no piche cromático,

Miopia em versos de tons sepulcrais,

Saudades em quadros monotonais.

Tenta fulvar o eterno grisalho,

Esboça regalos dos emergentes,

Oh, quantas veredas, oh privilégio,

À seca da palavra,

À não bifurcação,

À ferropéia, fria,

Multidão que exclama interrogação,

Miopia numa armação deslizante,

Saudades, nunca serão arco-íris.

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